Acordamos as 5:30, pois tínhamos que estar na estação ferroviária o mais tardar as 6:50 hs. Como ela fica localizada na própria rua do hotel, distante a umas 5 ou 6 quadras, nos deslocamos a pé, e as 06:30 lá estávamos.
Foi uma grande ideia ter feito o checkin na véspera, pois o movimento era grande, mas passamos direto e em poucos minutos estavámos sentados no trem.
Pontualmente as 07:05 hs, o trem partiu para percorrer os 434 Km (ida e volta) até o viaduto da Polvorilla, que fica a 4220 metros do nível do mar. O percurso dura aproximadamente 17 horas, com chegada prevista em Salta por volta das 23:00/23:30 hs.
Durante o percurso o trem para em diversas estações, mas somente em dois locais é permitido descer: no viaduto da Polvorilla (no final do percurso) e em San Antônio de los Cobres na volta.
É servido um café da manhã estilo companhia aérea, por volta das 10:00 hs um sanduíche, e novo lanche a tarde durante a volta. Possui vagão restaurante e bar, onde podem ser feitas refeições e lanches.
Em determinado momento da viagem, ele faz o chamado zig-zag, para poder alcançar uma altura maior. consiste em deslocar-se de ré, trocando de linha em relação ao pedação em que andou normalmente para a frente. Este movimento ocorre em duas ocasiões. A foto abaixo explica bem o processo.
Quando alcançamos um altitude entre 3300 e 3800 metros acima do nível do mar, chegamos as punas, que são planícies altiplanas, onde é muito frio e o dia apresenta até mesmo as quatro estações. Apresenta ventos constantes de 100 km por hora, que levantam muita poeira, poeira esta que chega a atingir 7000 metros acima do nível do mar, e que gera tempestades de areia.
A fauna desta região é composta por linces, roedores, uma espécie de avestruz, perdiz, condores, flamingos, guanaco, alpaca, lhama e vicunha (lã mais cara que existe).
O ponto final da viagem é o viaduto a Polvorilla, onde o trem para e pode-se descer para fotografias e eventual compra de produtos artesanais da região.
Iniciando o retorno, o trem para em San Antônio de los Cobres por mais uns 15 minutos, pois é neste local que alguns que optaram por voltar de ônibus, ou de Movitrack (estilo de caminhões fora de estrada), deixam o trem.
O retorno se torna cansativo, pois as paisagens já são conhecidas, e o trem mantém sua velocidade de 35 km.
As 23:00 hs estávamos na estação de Salta. As duas primeiras quadras da rua do hotel (rua balcarce) próximas a estação estavam fechadas para o trafégo, pois ali está a maior concentração de bares e restaurantes de Salta, que colocam suas mesinhas na calçada.
Quase chegando ao hotel o Paulo resolveu fazer um lanchinho.
Tínhamos ainda que arrumar a bagagem, pois no domingo pela manhã iremos para Tilcara.
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