Saímos de San Pedro de Atacama as 08:50 hs, com o objetivo
de chegar a Pozo Almonte, distante 420 km. O Paulo no dia anterior tinha
rearranjado a bagagem de modo que não precisasse tirar tudo em cada cidade.
Ocorre que na hora em que ele terminou colocar na moto para sair, se deu conta de
que não tinha lugar para ele. Nova arrumação e vamos para a estrada.
Saímos de San Pedro e subimos para 3480 metros de altitude,
para depois começar a descer chegando em Calama a 2300 metros.
A estrada até Calama é praticamente uma grande reta no meio
do deserto.
Diga-se de passagem toda esta região do Chile é um deserto
só, não se enxerga uma vegetação.
Até para eventualmente parar na estrada é difícil, pois o
acostamento é estreito e depois já esta a areia ou o barranco.
A parada para o almoço foi em Quillagua, praticamente na
entrada da província de Tarapaca, famosa pela produção de vinhos.
Cazuela de aves |
Carne Assada |
Voltamos a estrada tendo sempre o deserto por companhia.
Quando faltava aproximadamente uns 80 km para Pozo Almonte, o acontecimento que
mudou a história da viagem.
A estrada era muito boa, e de repente começaram a aparecer
buracos, e em um determinado momento não consegui escapar de um grande. Entrei
com a roda dianteira que deu um imenso baque na beirada, furou o pneu e eu me
fui ao chão com tudo que tinha direito.
A moto entortou a roda dianteira, furou o pneu, quebrou o
para-brisa, quebrou o pisca dianteiro esquerdo, e os dois suportes laterias das
malas.
A calça e a jaqueta de cordura com certeza me protegeram,
pois ambos quando chegar em Porto Alegre vão para o lixo. Elas evitaram que eu
lixasse o asfalto com o corpo, assim como o capacete fixo protegeu meu rosto,
pois sua lateral ficou raspada. Confirmou o que eu dizia a alguns, de que o
capacete fixo é mais seguro em caso de acidente. Se eu estivesse com o móvel
teria me machucado o rosto e possivelmente quebrado os óculos.
De ferimento apenas a mão direita que estava com luva fina
por causa do calor, sofreu raspão que tirou a pele. A mão direita foi protegida
pelo protetor de punhos, que ficou raspado. Os demais são apenas marcas roxas pelo corpo e em um olho.
Levantamos a moto, colocamos no acostamento e começamos a
analisar o que fazer, pois estávamos no meio do nada. Ocorre que esta rodovia
até é bastante movimentada pelos caminhões que vem de Arica para Santiago e por
uma quantidade muito grande de picapes das minerações.
Foi uma delas que nos disse que uns 22 Km adiante, existia
um pequeno aglomerado chamado Victoria e que lá tinha uma borracharia que
poderia vir me buscar.
O Paulo pegou a moto e foi buscar ajuda e eu fiquei na estrada. Dois carros que passavam, um em cada sentido pararam, e solicitei a
eles que avisassem a policia. Estou esperando ela até agora.
Acredito que mais ou menos uma hora e meia depois, começou a
formar-se uma tempestade de areia, e quando eu estava colocando o capacete para
estar preparado para o vento, o Paulo chegou com o borracheiro em uma
camionete. Colocamos a moto para cima dela, e formos para Victoria.
Chegando lá, verificamos que a câmara tinha um pequeno rasgo
e podia ser consertada. (aqui fica uma dica: sempre leve câmara extra em uma
viagem destas, por mais que os outros digam que não). A roda levou umas
marteladas e pelo menos foi possível colocar tudo no lugar, mas com certeza a
roda terá que ser trocada, pois não ficou mais perfeitamente centrada, apresentando trepidação.
Custo do transporte: U$ 200
Custo do conserto do pneu e roda: 20000 pesos chilenos.
Combinamos com o Victor (borracheiro) que no dia seguinte, viríamos para
soldar os suportes laterais das malas. Ele nos disse que trabalhava apenas pela
manhã.
Resolvemos passar a noite em uma hospedagem que existe no
local junto a um restaurante., Restaurante e Hospedagem San Roque. Quarto com
uma cama excepcional e um bom chuveiro. Era tão perto da borracharia que deu
para levar as malas a pé.
Pretendemos amanhã, efetuar o conserto (arranjos diga-se de passagem) dos suportes laterais
das malas, do pisca e o que mais for possível.
Em função do acidente, fiquei sem segurança de continuar a
viagem, além de que algo me diz que devo retornar.
De qualquer modo, o trajeto de volta até Calama (250 Km) irá
servir para ver se a roda pode deixar para ser trocada em Porto Alegre, ou se
terá que ser trocada por aqui.
Km dia 354
Km Total: 3637
Ainda bem que tudo não passou de um cagaço(caro sim mas no computo geral cagaço mesmo).o que me leva a pensar que todo revés te leva a uma reflexão e a um resultado.No teu caso mais Know-How e mais assuntos pras próximas churrascadas.Mesmo tendo de interromper o projeto tão perto do fim, acho que não é motivo pra se sentirem derrotados. O negócio é levantar, sacodir a poeira montar na moto e :" TOCA PRA FRENTE""!!
ResponderExcluirNewton, com certeza o cag.. foi grande. Esta ocorrência mostra que se voce estiver com roupa adequada e acessórios de segurança (nós sabemos bem o que é isto, não é mesmo?) as situações de risco e suas consequências são minimizadas. Não tenho dúvidas que se não estivesse com a roupa de cordura e com o capacete fixo, talvez eu estivesse de molho em algum hospital chileno. Grande Abraço.
ExcluirSérgio meu amigo, que bom que estás bem, boa volta e que chegues pronto para outro passeio.
ResponderExcluirGrande Abraço, Paulo
Valeu Paulão. Com certeza, só não fomos adiante pois a moto ficou insegura com uma trepidação na roda dianteira, e por aqui é muito dificil conseguir peças para trocar. Abraço
ResponderExcluirSergio, é uma pena mas ainda bem que estava com bom equipamento e as consequIencias foram menores. Fica uma desculpa para voltarem em outra oportunidade.
ResponderExcluirAbraço.
Wlamir, com certeza fica a desculpa. Quanto ao equipamento, não tenho duvidas de que se não o estivesse usando, teria deixado muita pele na estrada. Valeu. Abraço
ExcluirOi Sérgio poxa que pena que isso aconteceu, estava tudo tão lindo.... Mas graças a Deus vcs estão bem e tenho certeza que ele está acompanhando vcs por todo o caminho e vai trazê-los de volta em segurança!!!
ResponderExcluirVenham com calma estamos esperando por vcs!!! Um grande abraço aos dois e boa viagem!!!!!
Não temos o que reclamar. Machu Picchu fica para a próxima. Com certeza ele olhou e está olhando por nós.
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