terça-feira, 1 de outubro de 2013

Atacama/Machu Picchu - 15. dia - 28/09/2013 - San Pedro de Atacama a Pozo Almonte

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Saímos de San Pedro de Atacama as 08:50 hs, com o objetivo de chegar a Pozo Almonte, distante 420 km. O Paulo no dia anterior tinha rearranjado a bagagem de modo que não precisasse tirar tudo em cada cidade. Ocorre que na hora em que ele terminou colocar na moto para sair, se deu conta de que não tinha lugar para ele. Nova arrumação e vamos para a estrada.



Saímos de San Pedro e subimos para 3480 metros de altitude, para depois começar a descer chegando em Calama a 2300 metros.
A estrada até Calama é praticamente uma grande reta no meio do deserto.
Diga-se de passagem toda esta região do Chile é um deserto só, não se enxerga uma vegetação.
Até para eventualmente parar na estrada é difícil, pois o acostamento é estreito e depois já esta a areia ou o barranco.




 Abastecemos em Chuquichamata, e continuamos tendo por companhia o deserto.



A parada para o almoço foi em Quillagua, praticamente na entrada da província de Tarapaca, famosa pela produção de vinhos.

Cazuela de aves

Carne Assada


Voltamos a estrada tendo sempre o deserto por companhia. Quando faltava aproximadamente uns 80 km para Pozo Almonte, o acontecimento que mudou a história da viagem.
A estrada era muito boa, e de repente começaram a aparecer buracos, e em um determinado momento não consegui escapar de um grande. Entrei com a roda dianteira que deu um imenso baque na beirada, furou o pneu e eu me fui ao chão com tudo que tinha direito.

A moto entortou a roda dianteira, furou o pneu, quebrou o para-brisa, quebrou o pisca dianteiro esquerdo, e os dois suportes laterias das malas.



A calça e a jaqueta de cordura com certeza me protegeram, pois ambos quando chegar em Porto Alegre vão para o lixo. Elas evitaram que eu lixasse o asfalto com o corpo, assim como o capacete fixo protegeu meu rosto, pois sua lateral ficou raspada. Confirmou o que eu dizia a alguns, de que o capacete fixo é mais seguro em caso de acidente. Se eu estivesse com o móvel teria me machucado o rosto e possivelmente quebrado os óculos.

De ferimento apenas a mão direita que estava com luva fina por causa do calor, sofreu raspão que tirou a pele. A mão direita foi protegida pelo protetor de punhos, que ficou raspado. Os demais são apenas marcas roxas pelo corpo e em um olho.


Levantamos a moto, colocamos no acostamento e começamos a analisar o que fazer, pois estávamos no meio do nada. Ocorre que esta rodovia até é bastante movimentada pelos caminhões que vem de Arica para Santiago e por uma quantidade muito grande de picapes das minerações.
Foi uma delas que nos disse que uns 22 Km adiante, existia um pequeno aglomerado chamado Victoria e que lá tinha uma borracharia que poderia vir me buscar.

O Paulo pegou a moto e foi buscar ajuda e eu fiquei na estrada. Dois carros que passavam, um em cada sentido pararam, e solicitei a eles que avisassem a policia. Estou esperando ela até agora.

Acredito que mais ou menos uma hora e meia depois, começou a formar-se uma tempestade de areia, e quando eu estava colocando o capacete para estar preparado para o vento, o Paulo chegou com o borracheiro em uma camionete. Colocamos a moto para cima dela, e formos para Victoria.



Chegando lá, verificamos que a câmara tinha um pequeno rasgo e podia ser consertada. (aqui fica uma dica: sempre leve câmara extra em uma viagem destas, por mais que os outros digam que não). A roda levou umas marteladas e pelo menos foi possível colocar tudo no lugar, mas com certeza a roda terá que ser trocada, pois não ficou mais perfeitamente centrada, apresentando trepidação.
Custo do transporte: U$ 200
Custo do conserto do pneu e roda: 20000 pesos chilenos.

Combinamos com o Victor (borracheiro) que no dia seguinte, viríamos para soldar os suportes laterais das malas. Ele nos disse que trabalhava apenas pela manhã.

Resolvemos passar a noite em uma hospedagem que existe no local junto a um restaurante., Restaurante e Hospedagem San Roque. Quarto com uma cama excepcional e um bom chuveiro. Era tão perto da borracharia que deu para levar as malas a pé.

Pretendemos amanhã, efetuar o conserto (arranjos diga-se de passagem) dos suportes laterais das malas, do pisca e o que mais for possível.

Em função do acidente, fiquei sem segurança de continuar a viagem, além de que algo me diz que devo retornar.
De qualquer modo, o trajeto de volta até Calama (250 Km) irá servir para ver se a roda pode deixar para ser trocada em Porto Alegre, ou se terá que ser trocada por aqui.

A noite de sono vai ajudar a ver o que fazer.

Km dia           354
Km Total:     3637


8 comentários:

  1. Ainda bem que tudo não passou de um cagaço(caro sim mas no computo geral cagaço mesmo).o que me leva a pensar que todo revés te leva a uma reflexão e a um resultado.No teu caso mais Know-How e mais assuntos pras próximas churrascadas.Mesmo tendo de interromper o projeto tão perto do fim, acho que não é motivo pra se sentirem derrotados. O negócio é levantar, sacodir a poeira montar na moto e :" TOCA PRA FRENTE""!!

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    1. Newton, com certeza o cag.. foi grande. Esta ocorrência mostra que se voce estiver com roupa adequada e acessórios de segurança (nós sabemos bem o que é isto, não é mesmo?) as situações de risco e suas consequências são minimizadas. Não tenho dúvidas que se não estivesse com a roupa de cordura e com o capacete fixo, talvez eu estivesse de molho em algum hospital chileno. Grande Abraço.

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  2. Sérgio meu amigo, que bom que estás bem, boa volta e que chegues pronto para outro passeio.
    Grande Abraço, Paulo

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  3. Valeu Paulão. Com certeza, só não fomos adiante pois a moto ficou insegura com uma trepidação na roda dianteira, e por aqui é muito dificil conseguir peças para trocar. Abraço

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  4. Sergio, é uma pena mas ainda bem que estava com bom equipamento e as consequIencias foram menores. Fica uma desculpa para voltarem em outra oportunidade.
    Abraço.

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    1. Wlamir, com certeza fica a desculpa. Quanto ao equipamento, não tenho duvidas de que se não o estivesse usando, teria deixado muita pele na estrada. Valeu. Abraço

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  5. Oi Sérgio poxa que pena que isso aconteceu, estava tudo tão lindo.... Mas graças a Deus vcs estão bem e tenho certeza que ele está acompanhando vcs por todo o caminho e vai trazê-los de volta em segurança!!!
    Venham com calma estamos esperando por vcs!!! Um grande abraço aos dois e boa viagem!!!!!

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    1. Não temos o que reclamar. Machu Picchu fica para a próxima. Com certeza ele olhou e está olhando por nós.

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